Quando engravidamos talvez não tenhamos a exata dimensão do amor que teremos por nossos filhos. Sejam quantos forem o amor nunca é dividido e sim multiplicado! Ele é tão grandioso que fica difícil resumir em palavras. Quem sabe se usássemos os cinco sentidos ao estilo filmes em 4-D chegaríamos perto de uma possível descrição.
Tenho duas filhas de 15 e 13 anos. Aprendi que além do aprendizado diário que tenho com cada uma delas, vou passando por fases, assim como elas.
Já fui mãe “indoor”, mãe baby, mãe criancinha, mãe criança e agora que ambas estão entrando na adolescência, posso dizer claramente que estou na fase “mãe adolescente”.
Mas o que isso quer dizer? Quer dizer que estou aprendendo a lidar com situações muito novas e que já não tenho tanto o controle sobre elas.
Isso na realidade é bom, apesar de soar estranho, mas significa que elas estão crescendo e desenhando seus sonhos e caminhos. Começando a ter experiências, frustações e conquistas que serão só suas.
Tenho certeza que apesar de estarem na fase de se acharem donas do mundo e que não precisam mais de ajuda, sabem que estarei sempre aqui, por aqui ou por onde elas quiserem e precisarem. Isso não quer dizer que estarei me anulando como pessoa e vivendo a vida delas. Longe disso. Mas estarei com elas.
Sabe aquela coxia de teatro que esconde todos os personagens, cenários, figurinos, etc? Então, estarei lá!
A fase adolescente não é fácil. Já passamos por ela. São tantos anseios, medos, angústias. Autocríticas profundas. A nítida necessidade de pertencer a grupos e ser aceito. Fase de julgar a própria aparência. De se odiar e se amar. Uma alquimia muito maluca.
Nós, e cada uma a seu jeito, sente e passa por tudo isso agora num outro papel, o de mãe. A compreensão, o carinho, o acolher são mais que necessários. Paciência então, nem se fala. E olha essa, às vezes, se esconde da gente de tal forma que não a encontramos!
Ser “mãe adolescente” nos remete principalmente ao corte do cordão umbilical. É hora de deixar aprender os primeiros voos. Com asas tortas ou ainda inseguras. Mas em voos solo.
A gente fica lá admirando, absorvendo essa mudança aos poucos. Torcendo muito para que os caminhos se construam e solidifiquem. A vontade de “segurar a mão” é tão absurdamente grande que ficamos desconsertadas. Sim, adolescência é “forte” em qualquer dos papeis!
Resta-nos ter a certeza do que ensinamos e os protagonistas são o amor e respeito. Com eles, podemos ter a certeza que criamos e colocamos no mundo pessoas que serão felizes e farão pessoas a sua volta felizes! Vão errar, mas nós também erramos. Vão acertar em cheio e nós também já o fizemos! Vão mudar de rumo, de ideia, de opinião. Isso é crescer.
Juntinho com esses nossos filhos vamos passar dessa adolescência para a vida adulta. A vida “mãe adulta”! Tudo novo e sem explicações prévias e manuais com processos e procedimentos desenhamos e definidos. Desconstrução? Sim, para dar início a uma nova construção em total parceria! Talvez mais distantes fisicamente, mas jamais de nossos corações. Eles são nosso fruto!
Por Pathy Bertão em plena adolescência…